Texto base para o estudo das bactérias /EJA/2017 Nº 02
Reino Monera – FONTE: SÓ BIOLOGIA
O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com
célula procariótica (sem núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são
geralmente menores do que 8 micrômetros ( 1µm = 0,001 mm).
As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são
encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para
a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer
tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos
seres vivos.
Exemplos da importância das bactérias:
- na decomposição de matéria orgânica morta.
Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente;
- agentes
que provocam doença no homem;
- em processos
industriais,
como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de
transformação do leite em coalhada;
- no ciclo
do nitrogênio, em
que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico
possa ser utilizado pelas plantas;
- em Engenharia
Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre
elas a insulina e o hormônio de crescimento.
Estrutura das Bactérias
Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver
isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula
bacterianas contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula:
membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o
único cromossomo bacteriano.
A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleóide. Externamente à
membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de
composição química específica de bactérias).
É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo
hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos.
Algumas espécies de bactérias possuem, externamente à membrana
esquelética, outro envoltório, mucilaginoso, chamado de cápsula. É o caso dos pneumococos (bactérias causadoras de
pneumonia). Descobriu-se que a periculosidade dessas bactérias reside na
cápsula em um experimento, ratos infectados com pneumococo sem cápsula tiveram
a doença porém não morreram, enquanto pneumococos capsulados causaram pneumonia
letal.
A parede da célula bacteriana, também conhecida como membrana
esquelética, reveste externamente a membrana plasmática, e é constituída de uma
substância química exclusiva das bactérias conhecida como mureína (ácido n-acetil murâmico).
A
Diversidade Metabólica das Bactérias
Se há um grupo de seres que apresenta
grande diversidade metabólica, certamente é o das bactérias. Existem espécies heterótrofas e espécies autótrofas.
Dentre as primeiras, destacam-se as parasitas, as decompositoras de matéria
orgânica e as que obtêm matéria orgânica de outros seres vivos, com os quais se
associam sem prejudicá-los. Dentre as autótrofas, existem espécies que produzem
matéria orgânica por fotossíntese e outras que produzem por quimiossíntese.
As
bactérias Heterótrofas
As bactérias
parasitas são as
que, por meio de inúmeros mecanismos, agridem outros seres vivos para a
obtenção de alimento orgânico e causam inúmeras doenças. As decompositoras (frequentemente denominadas sapróvoras, saprofíticas ou
saprofágicas) obtêm o alimento orgânico recorrendo à decomposição da matéria
orgânica morta e são importântes na reciclagem dos nutrientes minerais na
biosfera.
As que são associadas as outros seres vivos
são denominadas de simbiontes, e não
agridem os parceiros. É o caso das bactérias encontradas no estômago dos
ruminantes (bois, cabras), que se nutrem da celulose ingerida por esses
animais, fornecendo, em troca, aminoácidos essenciais para o metabolismo
protéico do mesmo.
Muitas bactérias heterótrofas são anaeróbias
obrigatórias, como o bacilo do tétano. São bactérias que morrem
na presença de oxigênio. Nesse caso a energia dos compostos orgânicos é obtida
por meio de fermentação. As anaeróbicas facultativas, por outro lado, vivem
tanto na presença como na ausência de oxigênio.
Outras espécies só sobrevivem em presença
de oxigênio - são as aeróbias obrigatórias. Um curioso grupo de bactérias é o
que realiza a respiração aeróbia.
Nessa modalidade de metabolismo energético existem todas as etapas típicas da
respiração celular. Muda apenas o aceptor final de elétrons na cadeia
respiratória. No lugar do oxigênio, essas bactérias utilizam nitrato, nitrito
ou sulfato, obtendo no final, praticamente o mesmo rendimento energético
verificado na respiração celular aeróbia. É o que ocorre com as bactérias desnitrificantes que participam do ciclo do nitrogênio na natureza. Nelas o aceptor
final de elétrons é o nitrato.
Bactérias
Autótrofas
Fotossintetizantes
Nas bactérias que realizam fotossíntese, a
captação da energia solar fica a cargo de uma clorofila conhecida como bacterioclorofila. A partir da utilização de
substâncias simples do meio, ocorre a síntese do combustível biológico. De
maneira geral, não há liberação de oxigênio. Como exemplo, podemos citar as
bactérias sulforosas do gênero Chlorobium, que efetuam esse processo com a
utilização de H2S e CO2, segundo a equação:
2H2S
+ CO2 + luz
------bacterioclorofila------------> (CH2) + 2S + H20
Note que é o gás sulfídrico, e não a água,
que atua como fornecedor dos hidrogênios que servirão para a redução do gás
carbônico. Não há a liberação de oxigênio. O enxofre permanece no
interior das células bacterianas sendo, posteriormente eliminado para o
meio em que vivem esses microorganismos, em geral fontes sulfurosas. Nesse
processo, CH2O representa a matéria orgânica produzida.
Quimiossíntese
A quimiossíntese é uma reação que produz energia química,
convertida da energia de ligação dos compostos inorgânicos oxidados. Sendo a
energia química liberada, empregada na produção de compostos orgânicos e gás
oxigênio (O2), a partir da reação entre o dióxido de carbono (CO2)
e água molecular (H2O), conforme demonstrado abaixo:
- Primeira etapa
- Primeira etapa
Composto Inorgânico + O2 → Compostos Inorgânicos oxidados + Energia Química
- Segunda etapa
CO2 + H2O + Energia Química → Compostos Orgânicos + O2
Esse processo autotrófico de síntese de compostos orgânicos ocorre
na ausência de energia solar. É um recurso normalmente utilizado por algumas
espécies de bactérias e arqueobactérias (bactérias com características
primitivas ainda vigentes), recebendo a denominação segundo os compostos
inorgânicos reagentes, podendo ser: ferrobactérias e nitrobactérias ou
nitrificantes (nitrossomonas e nitrobacter, gênero de bactérias
quimiossíntetizantes).
As ferrobactérias oxidam substâncias à base de ferro para conseguirem energia química, já as nitrificantes, utilizam substâncias à base de nitrogênio.
Presentes no solo, as nitrossomonas e nitrobacter, são importantes organismos considerados biofixadores de nitrogênio, geralmente encontradas livremente no solo ou associadas às plantas, formando nódulos radiculares.
A biofixação se inicia com a assimilação no nitrogênio atmosférico (N2), transformando-o em amônia (NH3), reagente oxidado pela nitrossomona, resultando em nitrito (NO2-) e energia para a produção de substâncias orgânicas sustentáveis a esse gênero de bactérias.
O nitrito, liberado no solo e absorvido pela nitrobacter, também passa por oxidação, gerando energia química destinada à produção de substâncias orgânicas a esse gênero e nitrato (NO3-), aproveitado pelas plantas na elaboração dos aminoácidos.
Reação quimiossintética nas Nitrossomonas:
As ferrobactérias oxidam substâncias à base de ferro para conseguirem energia química, já as nitrificantes, utilizam substâncias à base de nitrogênio.
Presentes no solo, as nitrossomonas e nitrobacter, são importantes organismos considerados biofixadores de nitrogênio, geralmente encontradas livremente no solo ou associadas às plantas, formando nódulos radiculares.
A biofixação se inicia com a assimilação no nitrogênio atmosférico (N2), transformando-o em amônia (NH3), reagente oxidado pela nitrossomona, resultando em nitrito (NO2-) e energia para a produção de substâncias orgânicas sustentáveis a esse gênero de bactérias.
O nitrito, liberado no solo e absorvido pela nitrobacter, também passa por oxidação, gerando energia química destinada à produção de substâncias orgânicas a esse gênero e nitrato (NO3-), aproveitado pelas plantas na elaboração dos aminoácidos.
Reação quimiossintética nas Nitrossomonas:
NH3 (amônia) + O2 → NO2- (nitrito)
+ Energia
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 (Glicose - Compostos Orgânicos) + 6 O2
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 (Glicose - Compostos Orgânicos) + 6 O2
Reação quimiossintética nas Nitrobacter:
NO2- (nitrito) + O2 → NO3- (nitrato) + Energia
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2
Assim, podemos perceber que o mecanismo de quimiossíntese,
extremamente importante para a sobrevivência das bactérias nitrificantes,
também é bastante relevante ao homem. Conforme já mencionado, o nitrito
absorvido pelas plantas, convertidos em aminoácidos, servem como base de
aminoácidos essenciais à nutrição do homem (um ser onívoro: carnívoro e
herbívoro).
Dessa forma, fica evidente a interdependência existente entre os fatores bióticos (a diversidade dos organismos) e os fatores abióticos (aspectos físicos e químicos do meio ambiente).
Dessa forma, fica evidente a interdependência existente entre os fatores bióticos (a diversidade dos organismos) e os fatores abióticos (aspectos físicos e químicos do meio ambiente).
Reprodução das Bactérias
A reprodução mais
comum nas bactérias é assexuada por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em
duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente
quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).
A separação dos
cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da membrana plasmática nas
quais existem também as enzimas participantes da maior parte da respiração
celular.
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Repare que não existe a formação do fuso de divisão e nem de figuras
clássicas e típicas da mitose. Logo, não é mitose.
Esporulação
Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais,
estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que
origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade
metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em
estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o
esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por
divisão binária.
Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando
expostos à água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar
em condições de absoluta assepsia, costumam usar um processo especial,
denominado autoclavagem, para esterilizar
líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave,
utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o
dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais
resistentes morrem.
A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos
alimentos para eliminar os esporos da bactéria Clostridium
botulinum. Essa bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal.
Reprodução sexuada
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de
transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de
transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora,
produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos
recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir.
A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três
maneiras: por transformação, transdução e por conjugação.
Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio
e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de
bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes
espécies em células bacterianas.
Transdução
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra
usando vírus como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das
bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes
serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o
vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria
sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria
em seu genoma.
Conjugação
Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma
bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea".
Isso acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as bactérias "macho"
possuem em sua superfície.
O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria
"fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas
às células-filhas na próxima divisão celular.
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