TECIDO CARDÍACO DESENVOLVIDO A PARTIR DE FOLHAS DE ESPINAFRE

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Você já parou para pensar em quantas pessoas morrem todos os dias esperando por um doador de órgão? De acordo com um estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos e publicado na Revista Biomaterials, cerca de 22 pessoas morrem diariamente esperando por um transplante. Estes mesmos pesquisadores, em busca de soluções para estes pacientes, conseguiram desenvolver um tecido cardíaco a partir de uma folha de espinafre. Quer saber o mais incrível? Ele bate...
Construir estruturas vasculares, como os nossos vasos sanguíneos, não é uma tarefa fácil. Os capilares sanguíneos, por exemplo, possuem de 5 a 10 micrômetros – 1 micrômetro equivale a 0,001 milímetro – de largura. Por isso, em vez de criar uma estrutura desde o início, os cientistas resolveram utilizar uma técnica denominada descelularização para a produção do tecido cardíaco em questão.
A descelularização consiste, neste caso, na remoção das células que recobrem a estrutura da planta (o espinafre), deixando apenas a celulose, seguido da reposição de células com características genéticas do receptor – tecido cardíaco  humano – a fim de produzir órgãos e tecidos. Apesar de plantas e animais transportarem seus fluídos de formas distintas, ambos possuem semelhanças em suas estruturas vasculares, que neste caso puderam ser aproveitadas.
Evolução em 7 dias: pesquisadores utilizaram uma solução de detergentes para descelularizar as folhas do espinafre e incluir células com características genéticas do tecido cardíaco. Fonte: Revista Biomaterials.
A equipe de pesquisadores utilizou uma solução com detergentes para a descelularização do espinafre e, dentro de alguns dias, as novas células cardíacas começaram a se contrair espontaneamente, como acontece em nosso corpo.
O novo desafio para a equipe de pesquisadores – que se mostra otimista – é integrar o tecido criado ao tecido danificado do coração humano, verificando se o sistema imunológico reagiria ou não com uma resposta imune.
Pesquisas como estas foram realizadas recentemente no Canadá, quando um grupo de pesquisadores criou uma orelha humana a partir de uma maçã. Além da folha de espinafre e da maçã, órgãos funcionais impressos a partir de impressoras 3D, também são possíveis alternativas no transplante de órgãos para o futuro.
Após novas pesquisas serem realizadas, o estudo que descobriu uma nova função para o espinafre – que só era lembrado por conta do desenho doPopeye –, poderá solucionar o problema de inúmeras pessoas, que aguardam na fila de transplantes, salvando vidas.
Fique ligado! Este assunto pode aparecer no ENEM e demais vestibulares. Veja abaixo uma questão que caiu na prova da UERJ este ano:
(Ufpr 2017)  Interessado em melhorar a resposta de imunossupressão em situações de transplante de órgãos, um pesquisador isolou e cultivou células produtoras de anticorpos (imunoglobulinas). Em algumas placas de cultivo, adicionou uma droga que inibe a fusão de membranas e comparou com cultivos-controle, nos quais a droga não foi adicionada. O resultado está apresentado na tabela abaixo.
a) Por que a inibição da fusão de membranas acarretou o acúmulo de anticorpos dentro das células tratadas?
b) Cite dois tipos celulares do organismo humano cuja função seria profundamente afetada por essa droga.
Resposta:
a) A inibição do processo de fusão de membranas impediu a exocitose e a consequente liberação dos anticorpos para o meio extracelular.
b) A droga em questão afetaria profundamente a atividade de células secretoras presentes em glândulas exócrinas, endócrinas e no tecido nervoso. Os neurônios ficariam impedidos de liberar os neurotransmissores, fato que acarretaria a morte do organismo. 

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