REINO MONERA E REINO FUNGI - 2º ANO/EJA
AULA Nº 01 - Reino Monera
O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com
célula procariótica (sem núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são
geralmente menores do que 8 micrômetros ( 1µm = 0,001 mm).
As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são
encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para
a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer
tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos
seres vivos.
Exemplos da importância das bactérias:
- na decomposição de matéria orgânica morta.
Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente;
- agentes que provocam doença no homem;
- em processos
industriais,
como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de
transformação do leite em coalhada;
- no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas
fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas
plantas;
- em Engenharia Genética e
Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre
elas a insulina e o hormônio de crescimento.
Estrutura das Bactérias
Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver
isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula
bacterianas contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula:
membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único
cromossomo bacteriano.
A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleóide. Externamente à
membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de
composição química específica de bactérias).
É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo
hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos.
Algumas espécies de bactérias possuem, externamente à membrana
esquelética, outro envoltório, mucilaginoso, chamado de cápsula. É o caso dos pneumococos (bactérias causadoras de
pneumonia). Descobriu-se que a periculosidade dessas bactérias reside na
cápsula em um experimento, ratos infectados com pneumococo sem cápsula tiveram
a doença porém não morreram, enquanto pneumococos capsulados causaram pneumonia
letal.
A parede da célula bacteriana, também conhecida como membrana
esquelética, reveste externamente a membrana plasmática, e é constituída de uma
substância química exclusiva das bactérias conhecida comomureína (ácido n-acetil murâmico).
AULA 01 - A Diversidade
Metabólica das Bactérias (CONTINUAÇÃO)
Se há um grupo de seres
que apresenta grande diversidade metabólica, certamente é o das bactérias.
Existem espécies heterótrofas e espécies autótrofas.
Dentre as primeiras, destacam-se as parasitas, as decompositoras de matéria
orgânica e as que obtêm matéria orgânica de outros seres vivos, com os quais se
associam sem prejudicá-los. Dentre as autótrofas, existem espécies que produzem
matéria orgânica por fotossíntese e outras que produzem por quimiossíntese.
As
bactérias Heterótrofas
As bactérias parasitas são as que, por meio de inúmeros mecanismos, agridem outros seres
vivos para a obtenção de alimento orgânico e causam inúmeras doenças. As decompositoras (frequentemente denominadas sapróvoras, saprofíticas ou
saprofágicas) obtêm o alimento orgânico recorrendo à decomposição da matéria
orgânica morta e são importântes na reciclagem dos nutrientes minerais na
biosfera.
As que são associadas as
outros seres vivos são denominadas de simbiontes, e não
agridem os parceiros. É o caso das bactérias encontradas no estômago dos
ruminantes (bois, cabras), que se nutrem da celulose ingerida por esses
animais, fornecendo, em troca, aminoácidos essenciais para o metabolismo
protéico do mesmo.
Muitas bactérias
heterótrofas são anaeróbias obrigatórias,
como o bacilo do tétano. São bactérias que morrem na presença de oxigênio.
Nesse caso a energia dos compostos orgânicos é obtida por meio de fermentação.
As anaeróbicas facultativas, por outro lado, vivem tanto na presença como na
ausência de oxigênio.
Outras espécies só
sobrevivem em presença de oxigênio - são as aeróbias obrigatórias. Um curioso
grupo de bactérias é o que realiza a respiração aeróbia.
Nessa modalidade de metabolismo energético existem todas as etapas típicas da
respiração celular. Muda apenas o aceptor final de elétrons na cadeia
respiratória. No lugar do oxigênio, essas bactérias utilizam nitrato, nitrito
ou sulfato, obtendo no final, praticamente o mesmo rendimento energético
verificado na respiração celular aeróbia. É o que ocorre com as bactérias desnitrificantes que participam do ciclo do nitrogênio na natureza. Nelas o aceptor
final de elétrons é o nitrato.
Bactérias Autótrofas
Fotossintetizantes
Nas bactérias que
realizam fotossíntese, a captação da energia solar fica a cargo de uma
clorofila conhecida como bacterioclorofila. A partir da utilização de
substâncias simples do meio, ocorre a síntese do combustível biológico. De
maneira geral, não há liberação de oxigênio. Como exemplo, podemos citar as
bactérias sulforosas do gênero Chlorobium, que efetuam esse processo com a
utilização de H2S e CO2, segundo a equação:
2H2S
+ CO2 + luz
------bacterioclorofila------------> (CH2) + 2S + H20
Note que é o gás
sulfídrico, e não a água, que atua como fornecedor dos hidrogênios que servirão
para a redução do gás carbônico. Não há a liberação de oxigênio. O enxofre
permanece no interior das células bacterianas sendo, posteriormente
eliminado para o meio em que vivem esses microorganismos, em geral fontes
sulfurosas. Nesse processo, CH2O representa a matéria orgânica
produzida.
Quimiossíntese
A quimiossíntese é uma reação que produz
energia química, convertida da energia de ligação dos compostos inorgânicos
oxidados. Sendo a energia química liberada, empregada na produção de compostos
orgânicos e gás oxigênio (O2), a partir da reação entre o dióxido de
carbono (CO2) e água molecular (H2O), conforme
demonstrado abaixo:
- Primeira etapa
- Primeira etapa
Composto Inorgânico + O2 → Compostos Inorgânicos oxidados + Energia Química
- Segunda etapa
CO2 + H2O + Energia Química → Compostos Orgânicos + O2
Esse processo autotrófico de síntese de
compostos orgânicos ocorre na ausência de energia solar. É um recurso
normalmente utilizado por algumas espécies de bactérias e arqueobactérias
(bactérias com características primitivas ainda vigentes), recebendo a
denominação segundo os compostos inorgânicos reagentes, podendo ser:
ferrobactérias e nitrobactérias ou nitrificantes (nitrossomonas e nitrobacter,
gênero de bactérias quimiossíntetizantes).
As ferrobactérias oxidam substâncias à base de ferro para conseguirem energia química, já asnitrificantes, utilizam substâncias à base de nitrogênio.
Presentes no solo, as nitrossomonas e nitrobacter, são importantes organismos considerados biofixadores de nitrogênio, geralmente encontradas livremente no solo ou associadas às plantas, formando nódulos radiculares.
A biofixação se inicia com a assimilação no nitrogênio atmosférico (N2), transformando-o em amônia (NH3), reagente oxidado pela nitrossomona, resultando em nitrito (NO2-) e energia para a produção de substâncias orgânicas sustentáveis a esse gênero de bactérias.
O nitrito, liberado no solo e absorvido pela nitrobacter, também passa por oxidação, gerando energia química destinada à produção de substâncias orgânicas a esse gênero e nitrato (NO3-), aproveitado pelas plantas na elaboração dos aminoácidos.
Reação quimiossintética nas Nitrossomonas:
As ferrobactérias oxidam substâncias à base de ferro para conseguirem energia química, já asnitrificantes, utilizam substâncias à base de nitrogênio.
Presentes no solo, as nitrossomonas e nitrobacter, são importantes organismos considerados biofixadores de nitrogênio, geralmente encontradas livremente no solo ou associadas às plantas, formando nódulos radiculares.
A biofixação se inicia com a assimilação no nitrogênio atmosférico (N2), transformando-o em amônia (NH3), reagente oxidado pela nitrossomona, resultando em nitrito (NO2-) e energia para a produção de substâncias orgânicas sustentáveis a esse gênero de bactérias.
O nitrito, liberado no solo e absorvido pela nitrobacter, também passa por oxidação, gerando energia química destinada à produção de substâncias orgânicas a esse gênero e nitrato (NO3-), aproveitado pelas plantas na elaboração dos aminoácidos.
Reação quimiossintética nas Nitrossomonas:
NH3 (amônia) + O2 → NO2- (nitrito)
+ Energia
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 (Glicose - Compostos Orgânicos) + 6 O2
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 (Glicose - Compostos Orgânicos) + 6 O2
Reação quimiossintética nas
Nitrobacter:
NO2- (nitrito) + O2 → NO3- (nitrato) + Energia
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2
6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2
Assim, podemos perceber que o mecanismo de
quimiossíntese, extremamente importante para a sobrevivência das bactérias
nitrificantes, também é bastante relevante ao homem. Conforme já mencionado, o
nitrito absorvido pelas plantas, convertidos em aminoácidos, servem como base
de aminoácidos essenciais à nutrição do homem (um ser onívoro: carnívoro e
herbívoro).
Dessa forma, fica evidente a interdependência existente entre os fatores bióticos (a diversidade dos organismos) e os fatores abióticos (aspectos físicos e químicos do meio ambiente).
Dessa forma, fica evidente a interdependência existente entre os fatores bióticos (a diversidade dos organismos) e os fatores abióticos (aspectos físicos e químicos do meio ambiente).
AULA Nº 02 - Reprodução das Bactérias
A reprodução mais comum nas bactérias éassexuada por bipartição oucissiparidade. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em
duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente
quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).
A separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da membrana plasmática nas
quais existem também as enzimas participantes da maior parte da respiração
celular.
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Repare que não existe a formação do fuso de divisão e nem de figuras
clássicas e típicas da mitose. Logo,não é mitose.
Esporulação
Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais,
estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que
origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade
metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em
estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o
esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por
divisão binária.
Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando
expostos à água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar
em condições de absoluta assepsia, costumam usar um processo especial,
denominado autoclavagem, para esterilizar
líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave,
utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o
dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais
resistentes morrem.
A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos
alimentos para eliminar os esporos da bactéria Clostridium
botulinum. Essa bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal.
Reprodução sexuada
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de
transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de
transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora,
produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos
recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir.
A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três
maneiras: por transformação,transdução e por conjugação.
Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio
e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de
bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes
espécies em células bacterianas.
Transdução
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra
usando vírus como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das
bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes
serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o
vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria
sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria
em seu genoma.
Conjugação
Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma
bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea".
Isso acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as bactérias "macho"
possuem em sua superfície.
O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria
"fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas
às células-filhas na próxima divisão celular.
Conjugação bacterian mostrando o pili sexual.
TRANSFORMAÇÃO |
TRASDUÇÃO |
REPRODUÇÃO POR BIPARTIÇÃO |
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em
homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882.
Bacilos que da tuberculose |
Normalmente, associa-se o termo tuberculose com doença pulmonar. Na
realidade, apesar de a tuberculose pulmonar ser a mais comum, ela pode afetar
outros órgãos, como rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc.
Apesar das inúmeras localizações possíveis da doença, em cerca de 90% dos
casos, inicia-se pelos pulmões.
Nos adultos, é mais comum a tuberculose pulmonar, contraída pelo sistema respiratório, diretamente (gotículas de escarro) ou pela poeira contaminada.
Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de
leite de vaca contaminado, podendo aparecer a tuberculose pulmonar, a renal,
a óssea, na pele, etc.
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Por que nos pulmões?
Como o bacilo de Koch se reproduz e
desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o
principal órgão atingido pela tuberculose.
Modo de contágio
1º passo - apesar de também atingir vários órgãos do corpo, a doença
só é transmitida por quem estiver infectado com o bacilo nos pulmões.
2º passo - A disseminação acontece pelo ar. O espirro de uma pessoa
infectada joga no ar cerca de dois milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de
3,5 mil partículas são liberadas.
3º passo - Os bacilos da tuberculose jogados no ar permanecem em
suspensão durante horas. Quem respira em um ambiente por onde passou um
tuberculoso pode se infectar.
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Tuberculose pulmonar
Processo inflamatório
O indivíduo que entra em contato pela primeira vez com o bacilo de
Koch não tem, ainda, resistência natural. Mas adquire. Se o organismo não
estiver debilitado, consegue matar o microorganismo antes que este se instale
como doença. É, também, estabelecida a proteção contra futuras infecções pelo
bacilo.
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Tuberculose primária
Após um período de 15 dias, os bacilos passam a se multiplicar
facilmente nos pulmões, pois ainda não há proteção natural do organismo
contra a doença. Se o sistema de defesa não conseguir encurralar o bacilo,
instala-se a tuberculose primária, caracterizada por pequenas lesões
(nódulos) nos pulmões.
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Caverna tuberculosa
Com o tempo e sem o tratamento, o avanço da doença começa a provocar
sintomas mais graves. De pequenas lesões, os bacilos cavam as chamadas
cavernas tuberculosas, no pulmão, que costumam inflamar com freqüência e
sangrar. A tosse, nesse caso, não é seca, mas com pus e sangue. É a chamada
hemoptise.
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Sintomas:
- Tosse crônica (o grande
marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias);
- Febre;
- Suor noturno (que chega a
molhar o lençol)
- Dor no tórax;
- Perda de peso lenta e
progressiva;
- Quem tem tuberculose não sente fome, fica
anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para nada).
Tratamento
A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as
formas mais graves da doença. Se houver a contaminação, o tratamento consiste basicamente
na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O tratamento dura em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as
medicações corretamente, as chances de cura chegam a 95%. É fundamental não
interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.
Tuberculose resistente
Atualmente, consiste na principal
preocupação mundial em relação à doença. O abandono do tratamento faz com que
os bacilos tornem-se resistentes aos medicamentos e estes deixam de surtir
efeito. A tuberculose resistente pode desencadear uma nova onda da doença
virtualmente incurável em todo o mundo.
Incidência da doença
- 1/3 da população mundial
está infectado com o bacilo da tuberculose;
- 45 milhões de brasileiros
estão infectados;
- 5% a 10% dos infectados
contraem a doença;
- 30 milhões de pessoas no
mundo podem morrer da doença nos próximos dez anos;
- 6 mil brasileiros morrem de tuberculose por
ano.
BACILOS DA TUBERCULOSE |
Cólera
A cólera é uma doença infecciosa aguda, transmissível e perigosa, pois
caracteriza-se por uma infecção intestinal grave, podendo levar à morte em
decorrência da desidratação. A bactéria causadora é o vibrião colérico ou Víbrio cholerae, em forma de vírgula, móvel, que se
desenvolve no intestino humano e produz a toxina responsável pela doença.
O agente etiológico da cólera é encontrado nas fezes das pessoas
infectadas, doentes ou não. O homem, único reservatório do vibrião, chega a
eliminar 10 milhões de bactérias por grama de fezes. O contágio é direto, pela
água e pelos alimentos contaminados. As moscas e outros insetos podem funcionar
como vetores mecânicos, transportando o vibrião para a água e para os
alimentos.
Vibrio cholerae ao microscópio eletrônico
Sintomatologia
O período de incubação é de 6 a 10 horas até 2 a 3 dias. Após a
incubação, aparece subitamente a diarréia, acompanhada de dor de cabeça,
cãibras musculares (na panturrilha), dores abdominais, vômitos e desidratação.
A evolução da doença é provocada, também, pelo estado de desnutrição do
indivíduo. A duração dos sintomas é de 3 a 4 dias, em média. Caso o doente não
seja tratado com urgência, a morte acontece num prazo de 14 a 48 horas.
Profilaxia
A prevenção da cólera é feitas por medidas básicas de higiene:
- lavar as mãos com água e sabão sempre que se
preparar qualquer alimento, antes das refeições, após o uso do sanitário,
após trocar fraldas, e após chegar da rua;
- desinfetar, com água sanitária, pias,
lavatórios e vasos sanitários;
- usar sacos de lixo nas lixeiras e mantê-las
tampadas;
- frutas, verduras e legumes devem ser bem
lavados e deixados de molho, por meia hora, em um litro de água com uma
colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária);
- as carnes vermelhas devem ter controle
sanitário.
Tratamento
O tratamento é simples e deve ser realizado o mais próximo do local onde
o sintoma se iniciou. A cólera requer pronto-atendimento médico. Os
antibióticos, sempre sob orientação médica, podem ser usados por via oral ou venosa.
É importante que a hidratação se inicie o mais rápido possível. O soro por via
oral deve ser dado enquanto se providencia o atendimento médico.
São muito importantes as campanhas educativas de higiene pessoal entre as populações mais carentes.
Importante: as temperaturas baixas (geladeira) NÃO matam o vibrião; ele se conserva bem no gelo. Todo medicamento deve ser apenas consumido sob orientação médica.
São muito importantes as campanhas educativas de higiene pessoal entre as populações mais carentes.
Importante: as temperaturas baixas (geladeira) NÃO matam o vibrião; ele se conserva bem no gelo. Todo medicamento deve ser apenas consumido sob orientação médica.
TÉTANO
É uma infecção grave causada pela toxina de uma bactéria chamada
clostridium que entra no organismo por lesões de pele tais como cortes,
arranhaduras, mordidas de bicho. O tétano não é doença contagiosa.
Como se adquire?
A bactéria é encontrada nas fezes de animais ou humanos que se depositam
na areia ou na terra. A infecção se dá pela entrada das bactérias por qualquer
tipo de ferimento na pele contaminado com areia ou terra. Queimaduras e tecidos
necrosados também são porta de entrada para a bactéria.
Materiais enferrujados são grande transmissores do tétano
O que se sente?
A toxina da bactéria causa espasmos musculares, inicialmente nos
músculos do pescoço e da mastigação (trismo e riso sardônico), causando rigidez
progressiva, até atingir os músculos respiratórios.
As complicações são graves e a pessoa infectada necessita de internação
em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
O tempo de incubação varia de 2 a 21 dias; quanto menor o número de
dias, maior a gravidade.
Como é feito o diagnóstico?
Pelos sintomas clínicos e história de lesões de pele sem tratamento
adequado.
Como se trata?
O tratamento consiste em:
- cuidados gerais para não
estimular o paciente mantendo-o na penumbra e com pouco ruído,
- utilização de antibióticos,
sedativos e relaxantes musculares,
- limpeza dos ferimentos e
- aplicação de soro
anti-tetânico.
Como se previne?
A prevenção é feita principalmente pela vacinação da população, pela
rotina e pelos reforços a cada 10 anos.
A população também deve ser ensinada de que todos os ferimentos sujos,
fraturas expostas, mordidas de animais e queimaduras devem ser bem limpos e
tratados adequadamente para não proliferar a bactéria pelo organismo.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana, que afeta humanos e
animais, causada pela bactéria do gênero Leptospira. É transmitida pela água e
alimentos contaminados pela urinas de animais, principalmente orato. É uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam
sem proteção em águas contaminadas.
Em humanos a leptospirose causa uma vasta gama de sintomas, sendo que
algumas pessoas infectadas podem não ter sintoma algum. Os sintomas da
leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor muscular e
vômito. A doença também pode causar os seguintes sintomas: olhos e pele
amarelada, olhos vermelhos, dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a
leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite
(inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins
e problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal.
Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de modo que a
leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de sangue ou urina.
Hepatite
É uma inflamação no fígado que pode ser
provocada por vários tipos de vírus. Os sintomas são parecidos com os da gripe e há também icterícia
(coloração amarelada da pele causada pelo depósito de uma substância
produzida pelo fígado). A pessoa precisa ficar em repouso e seguir as
orientações médicas.
Algumas formas de hepatite são transmitidas por água e alimentos
contaminados por fezes (Tipo A e E). Outros tipos são
transmitidos por transfusão de sangue (B, C) ou por relações
sexuais.
Quem já teve hepatite não pode doar sangue, já que o vírus às vezes continua no organismo, mesmo que não
haja sintomas da doença.
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Para algumas formas de hepatite (A e
B) há uma vacina que pode ser aplicada em crianças e adultos
Esquistossomose
É também chamada Xistosa, ou doença do caramujo. Ela é provocada por um verme chamadoesquistossomo. Os vermes vivem nas
veias do intestino e podem provocar diarréia, emagrecimento, dores na barriga,
que aumenta muito de volume (barriga-d'água), e problemas em vários órgãos do
corpo.
Os ovos do esquitossomo saem junto com as fezes da pessoa contaminada.
Se não houver fossa ou rede de esgotos, eles podem chegar a água doce (lagos,
lagoas ou riachos, margens de rios, etc). Na água, os ovos dão origem a
pequenas larvas (animais diferentes dos vermes adultos) chamados miracídios. As
larvas penetram em um tipo de caramujo chamado planorbídeo. No interior do
caramujo, elas se reproduzem e se transformam em outras larvas, as cercárias,
que saem do caramujo e ficam nadando livres na água.
A cercária pode penetrar,
através da pele, nas pessoas que usam a água de lagos, lagoas, riachos e outros
locais para tomar banho, lavar roupa, trabalhar, pescar ou outras atividades.
Além de tratar o doente com medicamentos, é necessário instalar um
sistema de esgotos para impedir que os ovos atinjam a água. As pessoas precisam
também ter acesso a água de boa qualidade e ser informadas sobre as formas de
transmissão da doença.
É preciso também combater o caramujo que transmite a esquistossomose com
produtos químicos e com a criação de peixes que se alimentam do caramujo, como
a tilápia, o tambaqui e o piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas
sem risco de contaminação.
AULA Nº 04 – BIO - Reino Fungi
Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e
cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado
por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de
ambiente.
Os Fungos e sua Importância
Ecológica
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus
alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam
de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam,
prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos
mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos
animais e deles se alimentam.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam
enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no
meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que
são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.
Fungos apodrecendo o morango. |
Os fungos saprófagos são responsáveis
por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem
de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos
dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo
da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida
ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são
responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em
diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos
econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais,
inclusive no homem.
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A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose
provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da
soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.
Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas
especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro
usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células
da planta captam açúcares para a sua alimentação.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que
vivem associados a raízes de plantas formando asmicorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses
casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados
e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por
sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para
viver.
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o
morangueiro, a macieira e as gramínias em geral.
As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de
ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no
território brasileiro. Nesses casos, elas representam um fator importânte de
adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta.
Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com
cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Estes serão discutidos posteriormente.
Econômica
Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam afermentação.
Destes últimos, alguns são utilizados no processo defabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no
processo de preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à
espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de
transformar o açucar em álcool etílico e CO2(fermentação
alcoólica), na ausência de O2. Na presença de O2 realizam a respiração. Eles são, por isso, chamados deanaeróbios facultativos.
Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o álcool produzido
na fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste
último caso, o CO2 que vai sendo
formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que
tornam o pão poroso e mais leve.
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O aprisionamento do CO2 na massa só é
possível devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a
"liga" do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não
crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em glúten.
Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a
0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.
Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso
do Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na
fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.
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Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo
homem. É o caso da Morchellae da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma
das mais amplamente cultivadas no mundo.
Morchella
Agaricus
Doenças Causadas por Fungos
FUNGOS PLURICELULARES |
TIPOS DE HIFAS |
LARANJA CONTAMINADA COM PENICILLIUM SP |
Reprodução Sexuada
No ciclo
reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados,
que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos fungos
terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por
meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que
posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais
ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A
alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas)
caracteriza o processo como sexuado.
O esquema da
figura abaixo ilustra um ciclo de reprodução genérico, válido para a
maioria dos fungos. Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada. Em
outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução
assexuada.
De modo geral, a
reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides,
caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haploides geneticamente diferentes,
provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica,
n + n).
Posteriormente, a
fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diploides que, dividindo-se por meiose,
produzem esporos haploides. Esporos formados por meiose são considerados
sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).
Algumas curiosidades
merecem ser citadas a respeito da fase sexuada da reprodução:
- antes de ocorrer
plasmogamia, é preciso que uma hifa "atraia" a outra. Isso
ocorre por meio da produção de feromônios,
substâncias de "atração sexual" produzidas por hifas
compatíveis;
- em muitos fungos, após a plasmogamia decorre muito tempo (dias,
meses, anos) até que ocorra a cariogamia;
- a produção de esporos
meióticos, após a ocorrência de cariogamia, se dá em estruturas especiais,
freqüentemente chamadas de esporângios.
Classificação dos
Fungos
Classificar fungos
não é tarefa fácil. Trata-se de um grupo muito antigo (mais de 540 milhões de
anos) e existem muitas dúvidas a respeito de sua origem e evolução.
Os quitridiomicetos, constituídos por
cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos. Vivem em meio
aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos. Vivem da absorção
da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam algas, protozoários,
outros fungos, plantas e animais. Algumas espécies causam considerável prejuízo
em plantas de cultivo (alfafa e milho).
Os ascomicetos, com cerca de 32.000
espécies, são os que formam estruturas reprodutivas sexuadas, conhecidas como ascos, dentro das quais são produzidos esporos meióticos, os ascósporos.
Incluem diversos tipos de bolores, as trufas, as Morchellas, todos filamentos, e
as leveduras (Saccharomyces sp.), que são unicelulares.
Os basidiomicetos, com cerca de 22.000
espécies, são os que produzem estruturas reprodutoras sexuadas, denominadas de basídios, produtores de esporos meióticos, os
basidiósporos. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os
carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas.
Os zigomicetos, com cerca de 1.000
espécies, são fungos profusamente distribuídos pelo ambiente, podendo atuar
como decompositores ou como parasitas de animais. Os mais conhecidos é o Rhizobux stolonifer, bolor que cresce em frutas, pães e
doces - seu corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra filamentos de
algodão, recheados de pontos escuros que representam os esporângios.
Os deuteromicetos, ou fungos
conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, costituem um grupo
de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos deles, a
fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao longo do
processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por meio da
produção de conidiósporos. A esse grupo pertencem diversas espécies de Penicillium (entre as quais a que produz
penicilina) e Aspergillus (algumas espécies
produzem toxinas cancerígenas).
REPRODUÇÃO SEXUADA |
CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS |
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