ATUALIDADE - CIDADE CHEIA DE PERNILONGO

Por que algumas cidades estão cheias de pernilongos?

23 de Janeiro de 2017
 
Quem nunca teve seu sono interrompido por aquele zumbido chato de pernilongo? E quem nunca acordou cheio de picadas pelo corpo? Agora imagine uma infestação destes animais... É de tirar o sossego de qualquer um, não é mesmo? Mas é o que tem ocorrido em algumas cidades.
O responsável
O pequeno responsável por este incômodo tem nome e sobrenome – Culex quinquefasciatus – e são as fêmeas que se alimentam de sangue (hematofagia), pois precisam dele para produzir seus ovos (os machos alimentam-se de fluidos vegetais). Embora o Culex eventualmente se alimente do sangue de outros animais eles têm uma maior afinidade com os humanos, aos quais são altamente adaptados. Quanto mais humanos, mais mosquitos!
Além do incômodo que causam com o seu barulho e sua picada, esta última pode transmitir doenças, como a filariose.
As fêmeas de Culex quinquefasciatus são hematófagas, enquanto os machos se alimentam de fluidos vegetais. Portanto, são as fêmeas as responsáveis pelas picadas tão incômodas e que podem transmitir doenças. © Wikimedia Commons | Domínio Público. 
O que explica este surto que algumas cidades vêm enfrentando?
Algumas razões podem explicar a infestação das cidades pelos mosquitos do gênero Culex. O primeiro e mais óbvio deles é a deficiência de saneamento básico, pois eles se proliferam em águas poluídas. Rios poluídos, como o pinheiros em São Paulo, são o ambiente perfeito para eles: ricos em matéria orgânica, com baixo teor de oxigênio – o que torna suas águas livres de predadores – e pouca correnteza.
O calor excessivo também pode explicar o surto – vale lembrar que o ano de 2016 foi o mais quente da história –, já que em temperaturas mais elevadas o ciclo de reprodução destes insetos é acelerado.
A aplicação insuficiente de inseticidas também pode ter contribuído com a proliferação destes mosquitos. Isso porque o chamado “fumacê” (que consiste na pulverização de inseticidas) vinha sendo empregado, nos últimos anos, apenas de forma pontual e emergencial, com foco especialmente nos mosquitos Aedes aegypti (transmissor da denguezika, chikungunya e febre amarela).
Até mesmo a crise econômica pode ser adicionada à lista de possíveis fatores. Neste cenário, diversos imóveis ficam vazios e piscinas abandonadas, por exemplo, podem funcionar como possíveis criadouros.
É claro que um único fator isolado não explica a proliferação, mas provavelmente o conjunto deles.  
E como combater a proliferação dos pernilongos?
Como o Culex apresenta um rápido crescimento populacional – devido à elevada fecundidade, alto índice reprodutivo e curto ciclo biológico – as medidas de controle precisam ser contínuas.
Você também pode fazer a sua parte! Se proteger das picadas não protege apenas você, mas diminui as chances de sucesso do mosquito exercer a hematofagia, que é necessária para a reprodução da fêmea. São exemplos das práticas que podem partir de você: instalação de telas em portas e janelas, uso de vestimentas apropriadas, uso de repelente, entre outras. E cabe ao poder público exercer as medidas de controle, saneamento básico e educação da população
Fique ligado, pois este assunto pode aparecer na sua prova do ENEM e demais vestibulares. Confira abaixo uma questão que caiu na prova da Universidade Federal de Viçosa!
A figura a seguir representa o ciclo de vida de um verme parasita do organismo humano.
O verme causador da parasitose e o transmissor são, respectivamente, 
a) a filária e um mosquito do gênero Culex.   
b) a filária e um mosquito do gênero Anopheles.   
c) o ancilóstomo e um mosquito do gênero Culex.   
d) o ancilóstomo e um mosquito do gênero Anopheles.   
e) o esquistossomo e um inseto do gênero Triatoma.   
Resposta: alternativa a.


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