BIORREMEDIAÇÃO - TEXTO INFORMATIVO/ENEM

Biorremediação é promessa para um planeta menos poluído!

11 de Julho de 2016
O problema da poluição ambiental já é constante em nossas vidas, e a cada dia surgem novas notícias sobre rios e terrenos poluídos por esgoto humano ou contaminados por resíduos industriais. E não precisamos ir muito longe para conhecer casos de poluição extrema: o rio Tietê, que atravessa o estado de São Paulo, é um exemplo de corpo d'água que sofre com a poluição resultante da ação humana. Mas será que é possível despoluir um ambiente contaminado?
poluição rio tietê
A poluição do rio Tietê é o reflexo da falta de saneamento básico e da crescente industrialização na cidade de São Paulo. Foto: Eurico Zimbres.
O desenvolvimento de técnicas de biorremediação é uma das esperanças de pesquisadores e biólogos de todo o mundo na busca por um planeta menos poluído. A técnica consiste na utilização de plantas e microrganismos, como bactérias, para retirar elementos contaminantes do ambiente. Estes organismos podem absorver e acumular determinado elemento, utilizando-o para seu próprio crescimento, ou podem transformá-lo em outros compostos, menos tóxicos ou mais fáceis de seres detectados e retirados do ambiente.
As plantas utilizam suas raízes para absorver nutrientes do solo ou da água, consumindo estes nutrientes durante seu desenvolvimento. Algumas plantas possuem a habilidade específica de sobreviver em ambientes com grande concentração de contaminantes, e são justamente estas plantas as mais utilizadas em técnicas de biorremediação. Elas são realocadas ao ambiente contaminado, e permanecem no ambiente até que tenham absorvido o máximo possível de contaminantes, quando são retiradas e dão espaço para novas plantas, até que o ambiente esteja finalmente livre de contaminantes.
Outro método muito utilizado de biorremediação é a transformação de determinado contaminante em outro, com menor potencial de contaminação. O mercúrio, por exemplo, é um metal pesado extremamente tóxico e que pode ser bioacumulado ao longo da cadeia trófica. O consumo de animais contaminados por mercúrio pode resultar no aparecimento de doenças neurodegenerativas, e seu consumo deve ser evitado especialmente por mulheres grávidas, pois pode levar a problemas no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê. Algumas plantas são utilizadas para transformar o mercúrio de sua forma iônica – mais tóxica – para sua forma metálica. Além de ser menos tóxico, o mercúrio metálico também é mais volátil, e pode ser liberado pelas plantas através da transpiração, sendo eliminado do ambiente aquático.
bactérias utilizadas em biorremediação
Bactérias também são muito utilizadas em técnicas de biorremediação. Estas são cultivadas em laboratório e injetadas no ambiente contaminado, onde consomem os elementos tóxicos. Imagem traduzida de: Mint Research.
Mais recentemente, as técnicas clássicas de biorremediação têm sido mescladas com técnicas de biologia molecular, permitindo o melhoramento genético dos organismos para sua maior eficiência. Nestes casos, diversos genes podem ser isolados de um organismo e inseridos em outro, melhorando a catabolização enzimática de compostos tóxicos, conferindo resistência aos organismos utilizados ou mesmo melhorando o rendimento de captação dos elementos tóxicos, tornando a técnica de biorremediação ainda mais eficiente.
Assuntos relacionados a poluição ambiental e biorremediação podem aparecer na sua prova do ENEM e demais vestibulares. Confira abaixo uma questão que caiu na prova do ENEM PPL de 2015!
A remoção de petróleo derramado em ecossistemas marinhos é complexa e muitas vezes envolve a adição de mais sustâncias ao ambiente. Para facilitar o processo de recuperação dessas áreas, pesquisadores têm estudado a bioquímica de bactérias encontradas em locais sujeitos dessas a esse tipo de impacto. Eles verificaram que algumas dessas espécies utilizam as moléculas de hidrocarbonetos como fonte energética, atuando como biorremediadores, removendo o óleo do ambiente.
KREPSKY, N.; SILVA SOBRINHO, F.; CRAPEZ, M. A. C.
Ciência Hoje, n. 223, jan.-fev. 2006 (adaptado).
Para serem eficientes no processo de biorremediação citado, as espécies escolhidas devem possuir
a) Células flageladas, que capturem as partículas de óleo presentes na água.   
b) altas taxas de mutação, para se adaptarem ao ambiente impactado pelo óleo.   
c) enzimas, que catalisem reações de quebra das moléculas constituintes do óleo.   
d) parede celular espessa, que impossibilite que as bactérias se contaminem com o óleo.   
e) capacidade de fotossíntese, que possibilite a liberação de oxigênio para a renovação do ambiente poluído.   

Resposta: alternativa c. As bactérias escolhidas para atuarem no processo de biorremediação devem possuir a capacidade de sintetizar enzimas que catalisem as reações de quebra das moléculas constituintes do óleo.

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