GENE PARA RESISTÊNCIA EM BACTÉRIAS / TEXTO INFORMATIVO ENEM

Gene para resistência em bactérias é encontrado no Brasil

24 de Agosto de 2016
O desenvolvimento de medicamentos antibióticos facilitou muito nossa luta contra microrganismos patogênicos e foi o responsável pela cura de milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, o uso indiscriminado deste tipo de medicamento vem resultando na seleção de bactérias resistentes, tornando as infecções bacterianas novamente uma ameaça às populações humanas. Recentemente, um gene responsável pela resistência de bactérias aos antibióticos mais poderosos foi encontrado em uma amostra coletada em território brasileiro, preocupando não apenas pesquisadores de nosso país, mas de todo o continente.
O gene, chamado mcr-1, foi encontrado em amostras isoladas de animais de produção e também de um paciente humano internado em um hospital no Rio Grande do Norte. O paciente é diabético e possuía uma infecção em um dos pés, de onde as amostras com a bactéria resistente foram coletadas. O gene mcr-1 torna as bactérias resistentes a antibióticos poderosos como a colistina, descoberta em 1949 e, até então, um dos últimos recursos utilizado pela medicina mundial contra microrganismos resistentes.
A mera existência deste tipo de bactéria em nosso país assusta, pois pode indicar o início de novos casos de bactérias resistentes. Porém, a pesquisa publicada a partir das amostras coletadas indica ainda outro dado alarmante. O gene mcr-1 da bactéria brasileira localiza-se em um plasmídeo muito similar aos demais plasmídeos identificados em bactérias resistentes ao redor do planeta, o que indica que este possa ser o vetor para dispersão do gene. Os plasmídeos são pequenos DNAs circulares tipicamente encontrados em bactérias e demais microrganismos procariontes, e sua transferência entre diferentes indivíduos ocorre muito facilmente, através de um mecanismo conhecido como transferência horizontal de genes.
Até então, o gene mcr-1 havia sido encontrado em diversos outros países, mas em nenhum país da América do Sul. Imagem: NRDC.
Como o paciente não possui histórico de viagens ao exterior e o plasmídeo da bactéria é parecido com o de bactérias coletadas em países da Ásia, África, Europa e América do Norte, a conclusão que os pesquisadores chegam é de que este gene realmente esteja sendo transmitido entre as bactérias. E a velocidade com que esta transferência pode ocorrer, dispersando um gene por todo o globo, é realmente impressionante!
O aparecimento de novas cepas de bactérias resistentes tem assustado pesquisadores da área, e cada vez mais se torna necessária uma conscientização da população quanto à correta forma de utilização dos antibióticos. Por isso, da próxima vez que você for ao médico e ele te receitar um destes medicamentos, utilize-o exatamente da maneira recomendada, nas dosagens e dias corretos. Caso contrário, você também pode estar contribuindo para a seleção de bactérias resistentes a antibióticos!

Este é um assunto que aparece com frequência nos vestibulares. Confira abaixo uma questão que caiu na prova do ENEM PPL do ano passado:

As superbactérias respondem por um número crescente de infecções e mortes em todo o mundo. O termo superbactérias é atribuído às bactérias que apresentam resistência a praticamente todos os antibióticos. Dessa forma, no organismo de um paciente, a população de uma espécie bacteriana patogênica pode ser constituída principalmente por bactérias sensíveis a antibióticos usuais e por um número reduzido de superbactérias que, por mutação ou intercâmbio de material genético, tornaram-se resistentes aos antibióticos existentes.
FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado).
Qual figura representa o comportamento populacional das bactérias ao longo de uma semana de tratamento com um antibiótico comum?
a)    
b)    
c)    
d)    
e)    

Resposta: O gráfico representado na alternativa b mostra que o antibiótico comum, utilizado durante uma semana, consegue diminuir a população de bactérias sensíveis, porém, não elimina as resistentes, as quais continuam a se multiplicar.

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