GENOMA DO ZIKA - INFORMATIVO ENEM

Genoma do Zika é identificado no cérebro de um feto com microcefalia!

11 de Fevereiro de 2016
A ligação entre o Zika vírus e o nascimento de bebês com microcefalia, ocorrido em diversos países da América Latina e principalmente no Brasil, tem agora fortes evidências científicas a seu favor. Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram identificar o genoma completo do Zika vírus em amostras coletadas do cérebro de uma criança microcefálica!
Após trabalhar como voluntária no Brasil, uma mulher da Eslovênia voltou para seu país de origem, já grávida de 28 semanas. Em seu país, ultrassonografias mostraram severas alterações ocorridas no cérebro da criança, de forma que a mulher optou por interromper sua gravidez.
aedes aegypti
Partículas do vírus da Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, foram encontradas em amostras cerebrais de feto microcefálico. Foto: Felipe Dana / Fiocruz.
Com a doação do feto à Universidade da Ljubljana, pesquisadores puderam analisar seu conteúdo das mais diversas formas, encontrando mais uma evidência da ligação entre o vírus e a microcefalia. Além da extração do material genético do vírus, os pesquisadores também conseguiram encontrar altos níveis de carga viral nas células cerebrais. Análises em microscopia também revelaram células cerebrais destruídas por infecções causadas pelo Zika.
Apesar de estas extrações ainda não serem consideradas provas suficientes para “bater o martelo” sobre a relação entre as duas doenças, elas são as evidências mais fortes até então encontradas, unindo-se a diversas outras evidências obtidas quanto à infecção transplacentária do vírus, que já havia sido encontrado no líquido amniótico de duas mães cujos filhos haviam nascido com microcefalia, além de amostras de sangue e tecidos de bebês naturalmente abortados ou natimortos.
bebê microcefalia fita métrica
Os casos de microcefalia no Brasil aumentaram muito nos últimos meses, especialmente nos seis meses após a confirmação da transmissão do vírus da Zika. Foto: autor desconhecido.
De acordo com Giovanni Mancarella, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da Europa, o que resta aos pesquisadores é descobrir com que frequência estas infecções conseguem atravessar a placenta e infectar o feto durante a gravidez.

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